Segunda feira,hora do almoço.Apesar de inverno,o calor faz lembrar um dia de verão.
Uma notícia inesperada e um pedido médico preocupante de avaliação de um bebê de
5 meses que pode evoluir para uma paralisia cerebral,agita nosso dia.
Nossa apreensão é grande.O coração esta apertado. É que a a pequena Paloma é nossa
"hóspede" desde antes do nascimento,que já ocorreu de maneira prematura com complicações
pós parto.Agora mais uma notícia grave.A ecisão vem como um facho de luz;vamos ao Lar São
Francisco.Foi a primeira vez que estive lá.José Eduardo já o conhecia pois encaminhara
Valdeir,um valente menino da zona rural que perdeu a perna aos 14 anos vítima de um trator;
Luciano,rapaz com um sério problema buco-maxi-facial e Sr.Vitor,que se recupera de uma cirurgia
de amputação do pé.-Todos de Atibaia.Com apequena e risonha Paloma no colo,conheci um recanto
onde se respira boa vontade e simpatia,vislumbra-se coragem e determinação,recebe-se atendimento
e amor e,aprende-se humanidade e bem querer.
As cenas são tristes:crianças especiais,portadoras de deficiências de todos os tipos.
No entanto uma aura de paz e esperança está presente em cada canto.A espera é uma lição de
resignação,força e vontade de viver.Aquelas pessoas,aparentemente frágeis,são o exemplo mais puro
de coragem e determinação,parecem enxergar além do que é possível:com os olhos do coração.
Mostram que a vida vale a pena em qualquer circunstâncias.
Uma história com a foto de um homem que não tem os braços reproduzida em uma quadro na parede chama minha
atenção a começar pelo título"Vá ver se eu estou na esquina -Poupe seu tempo,ele não vai estar lá a menos
que a esquina seja do hospital do Mandaqui,onde talvez você o veja de passagem,a caminho de seu trabalho.
Luiz Henrique medina ou Kaike como ele é conhecido,é formado em citologia pelo Instituto Brasileiro de Controle do Câncer.É um profissional competente,querido e admirado,tem 43 anos,é o pai de um garoto de 4 anos saudável e perfeito,
um eficiente chefe de família.Tem planejamento para o futuro,vive no presente e carrega seus problemas como todo
mundo. Kaike foi um dos primeiros alunos e pacientes do Lar São Francisco.Nasceu sem os dois braços,sem uma das pernas,
sem o maxilar e sem a língua.Foi abandonado na porta de um hospital dentro de uma caixa de sapatos.
Kaike é uma prova que ser deficiente fisíco não significa ser um ser humano deficiente.Que apesar da deficiência é
possivel estudar,trabalhar,se divertir,levar uma vida normal.O mundo de um deficiente físico não é seu sofrimento
mas as suas conquistas.Esta é a nossa filosofia para os KAIKES de amanhã"
As surpresas de solidariedade e carinho vem de todos.As peruas chegam e partem e dela descem os carrinhos
especiais.As mães e pais se cumprimentam,trocam afagos nos filhos,alegram-se com o reencontro.
Na recepção são todos recebidos com ternura,pegam seus crachás e vão para as oficinas de tratamento.
Impossível não pensar em quanto somos privilegiados e felizes e,quão pequenos podemos nos sentir diante de
tanto esforço e tanta alegria mesmo em meio a problemas físicos tão sérios.A direção,o corpo clínico,os atendentes,
os voluntários e os funcionários de todos os setores,caminham como anjos sempre sorrindo e transmitindo incentivos,
motivando e acarinhando a alma.
Bem diz o folheto que mostra uma ínfima parte da magnitude do trabalho desse recanto do céu,sobre o qual falaremos
mais a semana que vem :AQUI SE APRENDE A VIVER.
Magali Ferreira Pinto Marino
Coordenadoria de Imprensa e
Comunicação.
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